sexta-feira, 22 de maio de 2009

Reflexão sobre o incerto II

Tenho escrito tanto, expressando-me em palavras.
Tenho demonstrado meus sentimentos confusos em folhas de papel.
Achei que expulsar meus anseios seria a solução. Mas continuo aqui com o coração apertado, sem mesmo saber o por que!
Gostaria de ter a certeza em meus braços. Gostaria de fazer tudo o que faço sabendo que no final foi a escolha certa.
Gostaria de não ter dúvidas em relação aos meus passos. Gostaria de fazer e pronto. Obter resultados desejados.
Mas que graça teria se fosse tão fácil assim?
Seria tudo mais tranqüilo, infelicidade não existiria. Com certeza!
Mas e se no final percebo que tudo foi um erro? Como voltar e consertar?
Como ter tempo pra tentar novamente em outro lugar?
Se a vida fosse eterna seria muito mais fácil. Tudo não passaria de uma aventura mal calculada.
Porém, se a vida fosse eterna, não aprenderíamos com os erros e apenas cansaríamos de tentar e tentar.
O suicídio não resolveria, pois voltaríamos do pó e recomeçaríamos novamente.

Reflexão sobre o incerto I

Alcoolizando sentimentos para ver se encontro a cura.
Pensamentos confusos se comprimem dentro de mim.
Já não sei o que sinto e nem mesmo tenho idéia de onde pisar.
O chão parece confuso, voluptuoso, e meus pés que pareciam pisar em nuvens, agora encontram o infinito.
Quando não queremos sentir é quando realmente sentimos.
Fugir não seria a solução, e sim mais um problema. Mas deixar-se levar por essa tempestade de emoções não parece a coisa certa, então o que fazer?
Bebo vinho, para acalmar a minha mente, mas mesmo assim, a tormenta de pensamentos não passa e nem acalma.
Penso em por que você não me procura e ainda penso que se me procurares, pior seria.
E todos meus planos para o futuro confundem-se por não saber qual será o nosso destino.
Tenho a calma no peito, porém a angústia de todo o relógio apaga a minha alma.
Tenho medo de viver. Tenho medo do que virá.
Apenas incertezas dominam meu cotidiano.

Enfim, aqui estou!

Escrevi à pouco... Não sei se está correto o português... só sei que é o que penso e ponto...
Não pensava em publicar, mas vi este blog abandonado e apostei minhas fichas... demorei um pouco para lembrar o login e senha... aqui estou eu! não sei se por muito, ou pouco tempo... mas aqui estou... e aqui estarei enquanto a loucura me permitir...
enfim...
novos escritos sem noção alguma....

terça-feira, 22 de julho de 2008

"Adoro um amor inventado!"

Concordo plenamente com Cazuza. Adoro um amor inventado e hoje tenho coragem para assumir isso.
Já me falaram muitas vezes: "Tu adora um amor platônico, né?"
Adoro sim.
Adoro inventar amores, inventar relacionamentos e sentimentos que nunca existiram e talvez possam existir.
Isso é uma coisa complicada. Estar apaixonado e não saber nem por que e nem por quem... Acordar um dia de um sonho gostoso em que você sonhava que dormia ao lado do amor da sua vida e perceber que você nunca viu essa pessoa na frente. Passar os dias olhando para os lados e imaginando em que lugar do mundo estará a sua alma gêmea.
Beijar uma boca e no outro dia nem mesmo lembrar do nome da pessoa, mas ficar horas e horas fantasiando com o que poderia ter acontecido se você tivesse anotado o telefone.
Lembrar de quem te salvou daquele erro de se apaixonar pela pessoa errada e criar um amor em cima disso.
Amo elas. Amo as pessoas que nem sabem que existo. Amo as pessoas que não se imaginam ao meu lado. Amo os seres que nunca existirão. Amo tudo e todos sem nada e sem nunca ter um motivo real.
Amores que em semanas passam, outros demoram meses... Tem uns até que passam e depois voltam de repente.
Amor platônico em uma amizade. Amor platônico em uma família. Amor platônico em um sonho.
Não sei o que acontece. Mas é gostoso tê-los e logo quando um acaba, meu coração pede por outro e tenta encontrar o mais dificil de conseguir.

Se eu queria beijar, agora quero transar. Se eu quero transar, agora eu quero amar.

Para ouvir: Dance With Me - Nouvelle Vague

segunda-feira, 21 de julho de 2008

"Fumar é um hábito que morreu socielmente, tanto quanto usar chapéu ou cuspir em escarradeiras. O mundo está dividido em ex-fumantes e gente que nunca vai colocar um cigarro na boca. O grupo dos ex-fumantes é composto também de ex-boêmios, ex-românticos, ex-poetas, ex-artistas. Gente que já fumou muito e parou."

Blogs e mais blogs... Alguns amigos começaram a escrever... Um sobre música e televisão, outra sobre desvaneios de uma mente ociosa, outros sobre fofoca, viagens... Gostei da idéia e resolvi criar um também.
Pensei muito sobre um tema.
Primeiramente decidi fazer um sobre cinema (algumas críticas, dicas e discussões), aí hoje no banho, lembrei-me de uma conversa profunda regada à cerveja, vodka, vinho e cigarro que tive com umas amigas na sexta à noite. Nessa conversa citei o tema do trecho à cima, que li semanas atrás na revista Época: O cigarro está com os dias contados - texto da coluna Nosso Tempo do jornalista Adriano Silva. Então decidi criar um blog de tema amplo, que abrange artes e passagens da vida, relacionadas à subordinação do cidadão pelo tempo.
Na conversa de sexta à noite, minha amiga Gabi (num surto de inteligência misturada com cachaça) reclamava que os grandes homens da história não são devidamente reconhecidos. Reclamava que hoje em dia não existem mais os loucos que ficavam horas e horas analisando uma coisa qualquer e descobriam grandes teorias (como a da gravidade). Aproveitei o assunto citando esse texto de Adriano Silva, que cabe (ou não) muito bem à discussão.
Hoje em dia não existem os verdadeiros Boêmios, os grandes Poetas, os sábios Criadores. Hoje em dia o tempo não permite que as pessoas criem e percam o tempo com bobagens que na verdade poderiam ser grandes descobertas. Muitos pensam que tudo já foi inventado, mas parando pra pensar, coisas inimagináveis poderiam ser inventadas se algum louco ficasse sentado embaixo de uma àrvore olhando o pôr-do-sol.
O tempo, a sociedade, o capitalismo (talvez), são todos culpados por não existir o verdadeiro romantismo.
Eu disse... Se pudesse escolher uma época para viver, eu escolheria estar no meio dos boêmios românticos do século XIX, e não me importaria nenhum pouco em morrer com 30 anos de tuberculose.
Gosto de beber, gosto de fumar, gosto de escrever, gosto de pensar e também gosto de não fazer nada. Mas hoje em dia eu não posso passar o tempo todo bebendo vinho e escrevendo besteiras achando que é poesia. Hoje em dia ninguém reconheceria um amontoado de palavras estranhas sem muito sentido como uma poesia Simbolista.
Ai Cruz e Sousa. Invejo-te!

Enfim.
A partir de hoje quero deixar este blog livre para desabafos, poesias, teorias, qualquer coisa relacionada aos boêmios incompreendidos do século XXI.

Para ouvir: Satisfaction - Cat Power